terça-feira, novembro 21, 2006

fibonaccico

um grande amigo, que considero como a um irmão - o único que tenho -, trabalhou durante certo período de sua vida uma estrutura poética já antes labutada por muçulmanos e antigos cristãos: o Fibonaccico. consiste em uma fómula determinada pelo número áureo (1,683 - corrija-me irmão, caso isto seja um engano meu!) estabelecido por Fibonacci em época anterior à Pitagoras.

a versificação é bastante simples, à medida do que tento expôr: ao verso posterior soma-se a quantidade silábica do verso anterior, desse modo: o primeiro verso compõe-se de uma sílaba; o segundo já é composto de duas (1+1); o terceiro, de três (2+1); o quarto, de cinco sílabas (3+2); o quinto verso, de oito sílabas (5+3); o sexto verso, de treze (8+5); e, por último, o sétimo, composto de 21 sílabas (13+8). desconsidera-se a sílaba tônica como unidade métrica.

segue exemplo, rasteiro porque meu, e não do meu irmão.

quer
o meu
cobertor
proteger tudo
o que tem abaixo de si;
quer me esconder de pensamentos ardis, pois
à noite, no só do quarto, é difícil fingir que monstros não existem.

outro exemplo, desta vez um pouco menos ortodoxo.

sim.
ouvi:
barulho?
está chovendo.
logo cairá cá em nós...
água mole, pedra dura: fura a pedra!
arde pa arufa rudar, de pelo mau gá - a ugá; a ugá, ugá!

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