domingo, novembro 05, 2006

pássaro primitivo

não sou eu quem te observa
nem ninguém pra ser teu olho
se teus olhos vêem névoa
os meus vêem teu vôo

ou se o solo fosse abaixo
quando o pouso é estadia
todo o céu envolto em nada
é lugar e moradia.

que pássaro eterno plana
sobre as cabeças dos que te olham?
que retração ilógica emana
da plumagem que não vemos influir

sobre o vôo e te protege o corpo?
que lugar intuitivo ocupas
quando levantas teu sopro ancestral?
quando declamas o ar orgânico...

quando resolves ocupar o teu reinado...
limitas-te num ser completo
e em tua glória és secreto
tão secreto o teu pedido.

Nenhum comentário:

Postar um comentário